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28 de janeiro de 2012

O Fortuna de um menino

Permitam-me entrar na sua vida e na sua história e assim partilhar um pouco do meu tudo e um tudo do meu pouco. Ao ouvir o repico de uma viola, dedilhado de um violão e som místico da Sanfona automaticamente sou transportado ao passado. Aprendi deste pequeno com meu avô Davi o gosto pelas modas de viola, aliás era o que tínhamos no sítio.
Desde pequeno ouvia nomes como Tonico e Tinoco, Lourenço e Lourival, Liu e Leo, Torres e Florêncio etc...No entanto havia um nome em especial que me chamava atenção, um tal JOSÉ FORTUNA. Até então não pelo que ele compunha, mas pelo o que o seu sobrenome sugeria: FORTUNA. Que contrastava com a nossa pobreza. E eu imaginava no seu FORTUNA a FARTURA e a RIQUEZA.
O tempo passou, eu cresci e o mal de chagas consumia José Fortuna, mas não lhe tirava o brilhantismo de suas composições encarnadas na sua história.
Em 2007 quando fui designado, ainda seminarista, aos fins de semana exercer meu estágio pastoral na cidade de Itápolis, não imaginava o que lá me esperava; um reencontro com meu passado. Numa noite, numa roda de amigos lá em Itápolis que disseram José Fortuna aqui nasceu. Naquele momento, a memória recorreu ao meu passado e lembrei da FORTUNA do tal José Fortuna. A partir daquela noite fiz questão de conhecer tudo o que lá existe em homenagem a José Fortuna. De tudo o que lá existe quero falar de algo especial para mim. No início da entrada principal da cidade encontramos uma rua, conhecida como AVENIDA BOIADEIRA. A primeira vez que ali parei confesso a você que chorei. Aquela simples avenida é mística. Ela tem o dom de transcender em nós. Ela nos faz navegar no passado e nos mergulha no escrito de José Fortuna: “Velha Avenida onde deixei rastros de infância que virou saudade e hoje existe em cada esquina meu nome escrito para eternidade”.
O ano de 2007 terminou e fui embora. Levei comigo algo que já estava eternizado em mim a Fortuna de um tal José. Descobri que a Fortuna que eu criança imaginava não estava no Ter do José, mas sim no Ser do Fortuna.
Em Outubro de 2010 estive lá novamente para visitar amigos e amigas que lá fiz pra vida toda. Junto com meus irmãos de caminhada, Monge e Marceluz, paramos na Avenida Boiadeira, que no fechar dos olhos se escuta a toada do Berrante. Monge fã e grande sábio da musica sertaneja na sua simplicidade entoou a magnífica Avenida Boiadeira.
No dia 10 de novembro de 1983 José Fortuna nos deixou. Será? Ele nunca nos deixará porque se eternizou nas suas canções e suas canções se eternizaram em nós e na história.
Faz exatamente 28 anos que o maior compositor de músicas sertanejas se faz vivo apenas na história e nas suas mais de 2 mil composições.
Eu tinha razão quando criança, ao desejar ter a fortuna deste tal José. Hoje eu entendo que a Fortuna o José deixou pra todos nós; sua vida, sua história e suas composições e todos herdamos esta valiosa e mística fortuna de José Fortuna.

16 de janeiro de 2012

Pelicano Eucaristico; simbolo do Cristo e do Sacerdote

Sempre e por toda parte a refeição foi símbolo de união. Para nós, cristãos, a refeição por excelência é a Eucaristia, com caráter de sacrifício e de ação de graças, como perpetuação do único Sacrifício de Cristo para a Igreja e para a salvação do mundo.São Jerônimo, num comentário do Salmo 102, disse: “Sou como um pelicano do deserto, que fustiga o peito e alimenta com o próprio sangue os seus filhos”. Assim, o pelicano torna-se o símbolo do sacrifício e da doação de Cristo pela sua Igreja.
A principal característica do pelicano é única: uma bolsa membranosa que prende o bico, duas ou três vezes maior que seu estômago, que tem a finalidade de armazenar alimento por um determinado tempo. Assim, como a maioria das aves aquáticas, possui os dedos unidos por membranas. Eles são encontrados em todos os continentes, com exceção da Antártida; medindo até três metros, de uma asa a outra e pesando até 13 quilos.
Os machos são normalmente maiores e possuem bicos mais longos que as fêmeas e alimentam-se de peixes.
Na Europa medieval eram considerados animais especiais e zelosos que alimentavam os filhotes com o alimento que extraíam da sua própria bolsa e chegando a faltar alimento, dava-lhes o seu próprio sangue. Daí tornar-se um símbolo da Paixão de Cristo, da Eucaristia e da imolação, costumando a sofrerem de uma doença que os deixavam com marca vermelha no peito.
 Outra versão de que eles costumavam matar os filhotes e, depois, ressuscitá-los com seu sangue, o que seria análogo ao sacrifício de Jesus.
Fiel Pelicano, Senhor Jesus! Assim Santo Tomás chamava o Cristo em seu Hino Eucarístico, conhecido como “Adoro te devote” e reconhecia no Cristo a beleza da ave que alimentava com seu sangue os filhotes.
Com o passar do tempo, soube-se que na verdade o pelicano esmagava em seu papo os peixes e o sangue dos mesmos,  escorria pelo bico, manchando o peito branco da ave. Com isso, Santo Anselmo reconhece na figura do Pelicano também o sacerdote, que em suas mãos oferece o Peixe (ICTUS: "Iesus Christos Theou Uios Soter", que significa "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador") e dá aos seus como alimento de Vida Eterna.
Temos consciência de que Eucaristia é a renovação da aliança do Senhor com os homens e que através dela se realiza de um modo contínuo a obra da Redenção. Temos convicção de que a Eucaristia é o sinal da unidade e vínculo da caridade e que também dela tende toda ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte donde emana toda sua força (cf. SC. 522, 537, 537 e 600).
Que o Fiel Pelicano nos ensine amar mais a Eucaristia, Sacramento no qual Jesus se acha presente, com seu corpo, sangue, alma e divindade. Ele é banquete sagrado, “o pelicano fiel a nos inundar com vosso sangue, sangue no qual uma só gota pode salvar o mundo inteiro” (Santo Tomás de Aquino).


Artigo de Padre Renato Tampellini

5 de janeiro de 2012

Juntos de mãos e corações dados


Um ano a mais se inicia e com ele nossos sonhos, objetivos e ideais. Certamente todos nós estamos animados com a chegada deste ano. Que seja um ano de muitas realizações pra todos nós. Que seja um ano de muitas mudanças, começando por cada um de nós. Sempre com a chegada de um ano novo, gosto de olhar para frente e no longe/perto sorrir para as possibilidades que surgirão e aquelas que faremos surgir.
Não fiquemos remoendo e criando dentro de nós fatos e circunstâncias de 2011, nada que façamos irá mudar o 2011. Portanto, junto com 2011 deixemos de lado as pessoas que nos roubaram interiormente. Deixemos de lado as pessoas que não nos merecem. Deixemos de lado as pessoas que querem cuidar da nossa vida. Deixemos de lado as pessoas passageiras. Deixemos de lado as pessoas que nos decepcionaram. Deixemos de lado as pessoas falsas e medíocres. Deixemos de lado as pessoas interesseiras e gananciosas. Deixemos de lado as pessoas que foram más conosco, elas jamais serão felizes sempre receberão a paga com o mal.  
Que 2012 seja um ano de conhecer pessoas que transformem nossa vida. Que seja um ano de situações que nos ajudem a crescer, ser mais gente. Que seja um ano de surpresas que nos surpreendam. Que seja um ano de risos, de alegria para alegrarmos as pessoas ao nosso redor. E se durante o ano passar por situações de lágrimas que elas se transformem em experiências de vida para superarmos de perdas e decepções. Se durante ano sangrarmos, que encontremos pessoas que nos ajudem no processo de cicatrização das feridas. Que seja um ano de conhecer pessoas se eternizem em nós. Que seja um ano de conhecer pessoas que cruzem nosso caminho e seja nossa felicidade. Que seja um ano de nos orgulharmos da nossa vida e das nossas escolhas. Que seja um ano de semearmos amizade onde passarmos e que distância mesmo trazendo saudade nunca nos faça esquecermos uns dos outros, porque assim não existirão nem distância e nem esquecimento para quem ama. Mesmo que eu não te amasse tanto assim, jamais deixaria de ser amor.