Existem motivos na vida que por mais que o tempo,
pessoas, fatos queiram não conseguimos esquecer. Quando tentamos esquecer a
saudade faz questão de nos lembrar. A saudade é ausência de alguém ou algo.
Sentimos saudades do existente e dos já existiram. Sentimos saudade de alguém
que partiu e poderá voltar, mas também quando sofremos quando sabemos que não há
volta, apenas saudades.
Quando se aproxima o mês de outubro o sentimento de
saudade a noção de espaço e tempo me norteia transformando tudo num enorme
vazio reinante na minha vida.
As lágrimas não cabem nos olhos quando ouço uma moda de viola, fecho os olhos e me vejo
há alguns anos atrás. E por mais que forte é impossível guerrear contra a
saudade e as lágrimas.
Falo da minha vida, de alguém que é minha vida, você
meu irmão. Eu não lhe vejo, não ouço, mas lhe sinto e que você eternizou em
mim, são vozes, cenas que não me canso de ouvir e rever.
Por mais que os anos passam, a saudade nunca passará.
Sua ausência é sempre a necessidade da sua presença. Já tentei das variadas
formas te tirar de mim, não porque eu não te ame, mas para evitar o sofrimento,
mas não há jeito, não há força. Já tentei me anular, fugir de mim, desfazer das
lembranças. Tudo em vão. Você continua fazendo falta na minha vida, num pedaço
de mim que jamais será substituído.
Já tentei irmão, brigar com a morte, já estudei,
tentei comprender e endender. Tudo em vão, as perguntas só aumentaram e as
respostas diminuíram e conclusão veio numa palavra: “aceite”. Lido tanto com
essa dialética da Vida e da Morte e não sou capaz de me satisfazer com o
conhecimento delas. Talvez porque você esteja tão real em minha vida que não
sou capaz de aceitar sua partida para realidade alguma.
Sei que nunca mais você voltará, não que eu tenha me
cansado de te esperar, JAMAIS. Apenas entendi que a distância entre nós é muito
grande para se voltar.
Minha fé é
concreta, não acredito na morte, meu Deus é vida. Porém o sentimento não me
define primeiro como cristão católico, como Filósofo ou Teólogo. Antes sou seu
irmão mais velho chorão.
Talvez você tenha alguém que você tanto ama e partiu (irmão,
irmã, primo, prima, pai, mãe, namorado, namorada). A revolta, o desejo de
vegetar, a sensação de que a vida acabou é conseqüência da não aceitação da
morte, seja ela natural ou acidental. O fato é que ela existe para todos nós. O
que podemos fazer? Nós que aqui ficamos e deixar partir o que já não pertence
mais a esta realidade. Pois as lembranças de alguém que já se foi se torna mais
saudável e intensifica sua presença a partir do momento que aceitamos sua
ausência.
Meu eterno Irmão, você partiu há 11 anos. Tenho
saudades e lágrimas e não te esqueço um só segundo, tenho comigo todos os
momentos que passamos juntos. Porém sei que não é mais possível causar sua
volta. Mas acredito que um dia estaremos juntos, não importa a condição, se seremos crianças, meninos ou homens.
Enquanto este dia incerto não chega, vou vivendo na certeza
que meus dias estão se esgotando e nossa distância diminuindo. Por aqui vou
cumprindo meus dias, seguindo minha sina, meu destino sem saber onde me levará. Tenho certeza de que estou no seu caminho na sua rota, mais dias, menos
dias a saudades, as lagrimas não existirão mais e quando isto acontecer será a
certeza de que nos encontramos novamente, para nunca mais nos separar.